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Ana Amorim - Um pouco do meu ser....



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Exertos do meu livro

Exertos do meu livro - "A minha vida com os Et´s..."

(...) não alcançavam...encostaram-se à parede, metade a desfocar-se e a notar-se mais, parecia nascer-me, mas o tempo dissolvia igualmente a seguir, invisível, a soluçar nos pântanos, encolhidos de medo, inclinados a agitarem-se, para além do silêncio, desinteressados do tempo. Mas onde param os teus olhos? Afugentam-se os pássaros...erguem-se no ar motivos que ninguém entende, ventos de eternidade, palavras que não ganham força...preocupa-me o interior, não coincide nada, uma sombra igual às outras emerge...certifico-me que me sinto eu própria, não me entendo, interrompem-me a cada instante, decidem por mim pessoas estranhas, que não existem mas como se estivessem habituadas a nós.
Estou cheia de movimentos a tentar explicar-me que eu no entanto recuso saber, tantas coisas sem relação entre elas, de tempos a tempos tudo me parece tão diferente, destinado a impedir-me que me resigne a aceitar-me, a entregar-me, a espantar-me através de mim. Pensei que um dia destes voltava, poisava tão veloz como um moinho, assobiava num murmúrio incompleto (...)

(...)não tenho um ritmo certo, distraio-me,
cruzam-se ocasiões na minha memória,
sem saber o que esperar, surpreendo-me,
não entendo os teus olhos,
preocupo-me mas não sei explicá-los,
deu-me a idéia de ausentar-me desanimada,
não me toques, sinto sem sentir a estrada,
desenho-te entre planaltos, estrelas,
não compreendo porque me excluis,
sabes quanto pesa um sorriso?
Combinam-se ecos, estás desorganizado,
esvazio-me do que tenho, do que sou,
abre as tuas asas, repousa em mim,
uma cadência de sonhos,
encanto-me com tudo e com nada,
sem ti não consigo abarcar o universo,
reconheço-te a arte, o dom, o talento,
não permito que cesses de existir,
mas tenho dificuldade em alcançar-te,
orienta-te através da minha claridade,
estou convencida da perfeição,
restos de sonho, ecos de felicidade,
não te preocupes, avança...seguro a tua mão a
tampo inteiro. (...)

(...) ergo-me devagarinho com os olhos fechados e
por vezes chego a recear a minha sombra...tento
distinguir a outra margem, onde caminhas até mim desprovido de fundo...esta espera prolonga-se em infinitos segundos...apressa a contagem da tua vida (...)

(...)sempre me intrigara coisas difíceis de adivinhar, impossíveis de concordar...e por isso tento exprimir-me na idéia do sorriso, não quero asusentar-me, estou no lugar do costume, responde-me...combinam-se os ecos, imagino-os e não estou a exagerar...surpreende-te comigo mas pergunta-me tudo em silêncio...supera-te, não troces de mim que caminho ao teu lado...obrigas-me a existir porque só encontro o caminho através de ti; a noite não chega, a manhã não parte, sinto quase uma paz...encanto-me com tudo e com nada numa cadência de sonhos. Manipula-me, estou inerte...acolhe-me...carrega-me pela verdade, não há tempo...reconheço-te a arte, o talento...absorve a minha existência inteira...evita a desnecessária tendência para os pormenores...devolve-me a tua melhor parte...eu existo, sou autêntica. Quero voar contigo, avançar caminhos...caminhemos sem fazer ruído como pessoas crescidas a direccionar o mundo (...)

(...) sou invisível mas tu podes ver-me...é que por vezes tornam-nos indiferentes, sentam-nos e tudo pára à nossa volta. Deixa-me estar assim uns momentos porque à algum tempo caminhei para trás e não quero ser a última a chegar...acendo a luz, afasto os fantasmas, a tua ausência amplia-me o desconforto...és um pedaço do meu céu, do meu firmamento e torna-se necessário impedir que caias. Apetece-me a serenidade despida, são idéias minhas mas oscilo, exclamações contrariadas de tempos a tempos...encaro a realidade na margem do tempo, não me quero distrair de mim porque o silêncio há anos que me persegue, pensamento firme e concludente.Deixa-me ter-te a cada instante, inventar-te novamente para que te encontres...sou toda sensações, pensamentos quentes.Existir nada significa, o importante é ser-se alguém...Desvio o olhar, reflicto um momento...adoro a tua imagem...descobri-a por mero acaso! (...)

Nota - cabe-me dizer-vos que já tenho este "livro" escrito há uns anos...por editar...