Total de visitas: 12886
|
Poesias por Ana Amorim
"Procuro o teu passo alado, amado, ausente,
presente na mente distante, a cada instante,
sorridente.
Quero-te porque te venero, passo a passo,
no amasso,
corpo ardente em todo o lado,
incessantemente pendente de mim, de ti, da lua, crua e nua.
Pensei que existia sem o saber,
querer estar e não estar,
ausentar-me do mundo, mudo, em tudo.
Se quiseres eu paro...
mas dá-me um sinal da tua existência,
permanência ardente no querer ter-te
somente para mim.
Está escuro, não me oriento assim...
parte de mim está transparente,
porque não encontro o teu olhar, não vejo nada.
Por favor, ilumina o meu ser na forca do teu querer."
"Vivo em ti
em cada abraço apertado,
a todo o momento desejado,
eu em ti, tu em mim,
numa troca de carinhos,
onde a vida não têm fim.
Preciso da tua presença,
em todo o lado, amado,
o sol não nasce,
a lua não chega,
o vento não sopra,
não ouço o barulho do mar,
o cantar dos pássaros,
a inexistência da tua presença,
tira a consistência de mim mesma."
"Amo mais do que posso e por medo, sempre menos do que sou capaz.
Quando me entrego, atiro-me e quando recuo, não volto!
Gosto das noites porque me nutrem na insónia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol.
Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, irrequieta na minha comodidade.
Pinto a realidade com alguns sonhos, imagino-os em cenas reais...choro lágrimas de vir e quando choro para valer, não derramo uma lágrima."
"Gosto de ti, porque sim...
porque sou andante, errante, passo de mágica,
na praia, a poente, ausente...
e a minha mente vagueia, hasteia tempestades,
fugaz, atrás do nada...
levo-te comigo para todo o lado, o lago...
sopram ventos, rasteia areia, hoje encontrei-te...
viste-me? Sentiste-me?
O caminho é longo mas apaixonante,
não me digas que erraste, que tropeçaste, não...
caminhemos lado a lado...dá-me a tua mão, sente
as paisagens através do meu coração,
do meu sentir...a prontidão de amar-te, querer ter-te junto a mim...que a vida nos leve através do vento, do tempo...do cantar dos pássaros, do brilhar do sol!"
"Argumentos desconhecidos devoram-me,
numa ausência igualmente repetida,
finjo espantada mas aguardo o que se me afigura,
desvaneço numa recusa que se evapora,
mas tenho a certeza nas voltas a dar,
plano sobre o sublime que me atinge,
caminho a teu lado sem que o saibas,
desiste de te ausentares,
o teu mundo interior está desorganizado,
não existem mistérios, confronta-os e verás,
eu apenas encontro o caminho através de ti,
quero voar contigo, avançar caminhos,
entrego-te o meu sorriso, o meu corpo,
a fim que organizes o nosso castelo,
que o coração nos leve pelas dunas,
acende a luz e recupera o teu eu,
devias estar aqui e não estás...
a falta de coragem destroi pontes,
evita engolir-te a ti próprio,
entrego-me à evidência do teu ser."
"O Homem cria ao seu redor aquilo que considera o ideal,
mas o idealismo é muito mais que irreal,
a irrealidade dos pensamentos leva-nos a mundos de alcance ilimitado.
Só a limitação de viver torna tudo tão longe do que é o ideal.
Mas ele fugiu-me, porquê?
Sei lá eu...só sei que o meu passo era tão incerto e solitário que nunca mais soube o que lhe aconteceu...e por mais que eu andasse por caminhos errantes, só ouvia a resposta de um amor distante.
A minha alma ficou deserta...a minha alma ficou aberta!"
"Alguém sabe o que é o amor?
Do tipo daquele que deixa saudade mas que é para toda a eternidade,
Aquele que não têm descrição mas toma conta do nosso coração,
o que é o nosso caminho, a cada esquina, a cada passo,
que é o nosso princípio, meio e fim,
a cada amanhecer um sorriso,
a cada entardecer um suspiro,
ao anoitecer um recomeço?
Não...na realidade um AMOR de verdade não têm descrição...ele simplesmente acontece!"
"Preciso encontrar-me,
porque por vezes não sei quem sou,
o que faço, o que falo,
sinto-me vazia, sem o meu eu,
não sei de onde venho,
para onde vou,
os meus passos estão perdidos,
não encontram um caminho,
estou errada nesta estrada sem fim,
tudo me parece distante, ausente,
incessantemente decadente.
Dantes tinha brilho nos olhos,
mas agora as luzes estão apagadas,
não tenho medo do escuro, habituei-me a ele,
companheiro de longas horas,
as fortalezas também caem,
as pontes também desabam,
os muros reconstroem-se...
mas se eu partir não volto mais!"
"Gosto de ti, de mim, de nós, sem fim...
atroz, feroz, sem voz...
premissa de uma vida vivida,
sentida, corrida...tu em mim, eu em ti!"
"Inspira-me a ânsia louca da vontade vivida,
intensamente ardente, corrente...pensei que
abarcava a vida, mas tropecei em caminhos errantes;
Está frio...aquece-me na saudade, amarra-me nos teus braços, enreda-me nos teus beijos...por vezes
sinto-me num labirinto...a saída encontrá-la-ei através de ti...não fujas da realidade, da constância...se sair não volto, se voltar não fico...que o brilho do teu olhar me leve por aí sem pensar."
|
|